segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Previsibilidade

Desculpem, pessoas, eu conheço-vos mais do que deveria. Conhecer o ser humano é como olhar de frente pra um portal de imensa tristeza. Acho que desde muito cedo fui exposto a verdades demasiado ácidas e corroi minha inocência irreversivelmente. E eu jurava ter encontrado alguém que usa branco num velório, que nada contra a maré de coisas tão iguais que vos tornaste, humanidade. Mas ledo engano, como suspeitei a príncipio, era apenas uma ilusão. "Vês, ninguém assistiu ao formidável enterro de tua última quimera." Ninguém. Porém, decerto, não é a última. E julgo que serei capaz de romper-me de minha própria barreira quando encontrar o destaque de alma. Sinto muito por ser assim tão ... preconceituoso, mas aos que olharam a mesma face da vida que eu, sabe quando de verdade se carrega nessas tempestuosas letras. Sinto muito, a mim mesmo, por ter enganado a nós.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Foto e Grafia

Quando o mundo parece estar de cabeça pra baixo
 E você se sente um caco, triste, sozinho, cansado
Como se o mundo estivesse te envelhecendo antes da hora
E você quer se segurar em coisas que não parecem reais
Por fim, acaba perdendo a cabeça
E você só quer pegar um trem pra bem longe e esquecer de tudo
Não esqueça que pra tudo tem uma solução
E ela pode até ser bem simples
 É só saber olhar do jeito certo.
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(Todas as fotos pode ser encontradas em weheartit.com)

Era uma vez uma verdade...

Nem amigdalite me fez chorar tanto quanto minhas desilusões amorosas. Merecia ter um chá "Some-paixão" à venda nas melhores lojas.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Risos

Vou rir das babaquices da vida, para que as babaquices não riam de mim. Sou tão monótono, e agora até minha monotonia me diverte. Quero viver num rio caudaloso e imparável, não num lago. Quero ser uma cachoeira, não uma pedra. Eu rio dos meus desencontros, para que não riam de mim. Eu dou gargalhadas de quem me acha estúpido, pois os acho ainda mais inverossímeis. Apupo sem piedade esses mascarados em clone que vejo pela frente. Sou assim, tão mais eu. Me fantasio de mim mesmo todos os dias, e todos os dias tenho algo novo a usar. E pra quem sabe que todo mundo finge ser todo mundo menos quem realmente são todos os dias, eu também sei. Eu preparo um flan de diversão pra comer na frente de quem morre de fome de uma verdadeira felicidade. Gosto das coisas assim, doces. Compensa todo o sal e amargor de um dia de rotina, de um vai-e-vem de disparates de pessoas inconsistentes e absortas em coisas tão rasas. E se for dia de branco, eu uso luto. Ou um amarelo-ouro. Ou os dois. Eu gosto das coisas assim, tão sem nexo, sem fingimentos anexos, sem mentiras obrigatórias; mentiras essas que vêm até com carimbo, e hoje reconheço-os na face de todos que as usam, todavia, já tão gastas. E não é que sinto raiva de quem usa máscaras para falar comigo, só acho que eles perdem a chance de, como eu, ganhar um beijo na bochecha de quem me acha especial. Sou assim, sem tirar nem por.

-20

Tenho uma meta para o ano que vem. Nesta mesma data quero ter 20 quilos a menos no corpo, 20 toneladas a menos na consciência, 20 anos a menos na mente. Daqui a um ano terei 20 anos,e quero me sentir um bebê. Quero ter 20 espinhos a menos no coração; não arranco-os todos de vez para não me esquecer da amargura da vida. Quero ser mais eu, isso significa menos vinte. Perdendo 20 coisas que não quero, posso ter 20 coisas que posso gostar. É uma questão universal, não haver espaços vazios. Não há vazio no universo. Lavoisier em "Nada se cria, nada se perde. Tudo se transforma".

Essa é minha meta. Menos 20.