segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Divagações sobre amor

Aquelas nossas conversas que sempre me faziam rir. Você sabe exatamente como me deixar perdido. E enquanto falamos sobre o filme do momento, eu vejo filmes com momentos nossos. Eu acho que estou perdidamente apaixonado por você. Acho que de tão perdido, as palavras se perdem em meus sentimentos e não sei expressar muito bem. Mas acho que você sabe. Bom, penso que sim. Gosto dessa sua companhia descontraída, quando conversamos como quem tem uma eternidade pela frente. Eu gosto de acreditar que essa química entre a gente não se acaba. É tão bom ver o vento bagunçando seu cabelo, seu sorriso tão singelo, tão verdadeiro pra mim. Eu valorizo esse timbre vocal seu, presto mais atenção nele até mesmo do que no que você fala e vez ou outra me vejo dizendo "Desculpa, não entendi. Repete, por favor?". Se você soubesse o que causa em mim sua presença. E por último dou um beijo na sua bochecha só pra ver você corando. E o vermelho lhe cai tão bem...

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Deveres do Direito

Não um dos textos chatos cheios de requintes. É simples e direto, então senta bem aí e se preparada pra um jorro enxuto de idéias.

Um profissional da área do Direito conhece a fundo o funcionamento dos processos legais. Mas nem todos. Sabe o porquê de nem todos saberem? Bem, tem uma faculdade de Direito em cada bosta de esquina, e com 20 reais no bolso e nada na cabeça você entra facilmente. Que profissional sai? Bom, um profissional alguns milhares de reais mais pobre, mas com um diploma de Direito. Provavelmente essa facilidade de participar dessa área tão brilhante tornou as pessoas cegas para uma coisa simples: Por que estudar Direito?

"Ah, eu posso ganhar milhares com um único caso!"

Certo sua besta antropofágica, é verdade, mas a razão pela qual o Direito foi inventada é bem outra. Não me diga que você imaginava que o curso tinha sido inventado pra que pessoas pudessem ascender socialmente? Ou pior, nem pensou sobre isso? Faça um favor, em caso positivo, venda seus livros em um SEBO e vá brincar de amarelinha, ok?

Bom, imagine um mundo sem leis? Ou um mundo com leis baseadas na vontade de um déspota egóico? Pra evitar que se instalasse um caos egocêntrico no mundo das leis, pessoas passaram a analisar a melhor forma de criar um código (de leis). E vários foram feitos. Mas toda vez que um novo surge, há discrepância entre os atingidos por esse código. Por isso, pessoas começaram a se dedicar a estudar esses códigos para...

( ) Ganhar mais dinheiro
(x) Dar às pessoas as chances de não serem esmagadas por um sistema preconceituoso e ignorante aos problemas alheios.

E o que isso tem a ver com o Direito hoje?

Bem, você conhece alguém que disse ter sido injustiçado? Você já se sentiu assim? Então, é pra isso que há o Direito. O curso não é uma fonte inesgotável de grana, é a consolidação da luta de muitos sofredores, é a solidificação de um rio de sangue de inocentes. Foi a cartada final dada pelas vítimas do passado, eles deram suas vidas para que no futuro contássemos com uma arma que nos protegeria do mal que corrompe todos que ascendem ao poder. Essa arma se chama conhecimento. Se você até hoje nunca viu o Direito como uma forma de ajudar aos outros, SEM ESPERAR NADA EM RETORNO, colega...você precisa de uma boa dose de ideologia pra viver.

Se fui grosseiro, perdoem-me, não gosto de ver o descaso ao qual certos abomináveis tratam um curso tão promissor. Por favor, estudantes, não esqueçam de vós, não esqueçam de vossa ideologia. Não permitam que o dinheiro compre sua alma. É o único presente de real valor que lhe foi dado.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Desconcerto

Sabe aqueles dias que parecem intermináveis? Você se vê face a face com coisas que você detesta em sua vida? Essa terça-feira foi um desses dias para mim. Eu convivo diariamente com uma sensação de que falta algo. E encarar assim de uma vez vários desses desconcertos da vida é realmente frustrante. É como te jogar numa casa de espelhos, e pra qualquer lugar que você olha vê os seus defeitos; aumentados, diminutos, tamanho real, mas seja como for, defeitos. E agora, José? Terminar o dia se sentindo um caco é meio que um efeito certo de dias assim. E eu me sinto tão cansado de tanta coisa dando errado, que na maior parte do tempo eu aprendi a ser indiferente ao que me acontece, uma semi-frieza defensiva. Mas é natural. O que me irrita mesmo é uma esperança que invade meu coração rápida e furtivamente sempre que algo parece que vai dar certo. E as folhas dessa árvore de esperança são sempre tingidas de medo que tudo dê errado de novo. E eu tento matar a esperança, galho por galho. Afinal, se ela cair, que já seja uma pequena moitinha ao invés de um carvalho gigantesco; o estrago ocorre, mas é bem menor. É normal isso? Alguém no mundo também sente isso? Um fato curioso foi um sonho que tive na noite anterior à que escrevo esse texto. Sonhei que eu morria. E no começo aceitei austero a perda da vivência terrena. Mas meu coração se encheu de desespero ao lembrar de tudo o que eu deixaria pra trás, com todos os desconcertos possíveis. Sabem, eu realmente me sinto alguém insatisfeito com minha própria vida, mas vida defeituosa é melhor que vida nenhuma não?
E um dia, eu hei de perceber que não são os tapas que a vida dá que vão ficando mais fracos. É o rosto que vai ficando mais duro. E na dureza do rosto, perdeu-se o sorriso. Então, vou assim, aos poucos, amolecendo meu rosto, porque mesmo sentindo dor mais forte, serei sempre capaz de sorrir.

Aos melhores amigos

-É verdade que o que aqui escrevo deveria ser direcionado, mas me perdoe, meu melhor amigo, se por esse texto faço uma declaração a todos os melhores amigos que existem no mundo-

"O deserto era a apoteose de todos os desertos, imenso, estendendo-se para o céu no que parecia ser eternidade em todas as direções" - Stephen King, 'O pistoleiro'

Certa vez me dissestes, meu amigo, que tua vida era como um campo de batalha; repliquei que a minha não, era como um deserto. E continuei sobre isso dizendo: "Quando estás em um deserto e olhas para a frente, o que vês?". "Nada", me respondestes. "E quando olhas para trás, o que há?"; "Nada". "E para os lados?". Desta vez não me respondestes. Eu agradeço que não tenhas respondido. Meu amigo, eu tenho medo desse deserto que é minha vida, mas ao meu lado, agora percebo, que ainda te tenho. Me acompanhas a passos estreitos há um tempo, e muito obrigado por isso. Quantas vezes eu te disse que nada dura, que todas as construções da vida são feitas em alicerces frágeis e sempre terminam por desmoronar. Obrigado meu amigo, por ficar comigo quando algumas estruturas de minha vida desabaram. Obrigado pelas incontáveis alegrias, obrigado por um pouco de sombra e água no meu deserto. Mas bem sabes, amigo, como sou tão medroso devido a todas as tempestades de areia em que já me vi, perdido, sozinho e confuso, e tenho que dizer ainda que temo que tua presença seja ilusória como uma miragem. Os desertos são cheios disso. E temo ainda mais, que se fores um Oásis eu tenha um dia  de partir e continuar a jornada e deixar tuas águas puras e tua sombra agradável para trás e navegar novamente sem rumo e sozinho pelas areias escaldantes. Mesmo assim, eu agradeceria a Deus todos os dias por ter te conhecido. Meu amigo, não sei o que será de minha vida em tempos futuros, nem tu sabes da tua, mas obrigado por ter sido parte dela. Espero que eu tenha sido tão importante para ti como és a mim. E, para terminar esse pequeno desabafo, mesmo que eu tenha que continuar viagem, nunca te perderei de vista. Guarda-te bem, meu melhor amigo.



A truthful fairytale

Internet e os Zumbis

Quando o telefone foi criado, aposto que Graham Bell não tinha pensado em sequestros e ligações com pedidos de resgates, nem nos amantes usando o telefone como um túnel para encontros às escuras. Assim como quem teve a idéia de criar a internet não imaginou a insônia de proporções mundiais que ela causaria. Eis um relato de uma vítima da internet, que descobriu os prazeres e os problemas que essa Senhora de presença mundial oferece. Bom, morrendo de sono e mesmo assim não consigo parar de encontrar coisas interessantes para se ver na internet. Qual é, isso é mesmo normal? Isso tem que ter uma pitada de magia! Enfim, não vi aqui criticar a algoz de meu sono, vim apenas falar sobre o que temos em comum. E nem venha me dizer que você nunca teve insônia por conta dela que mentir é feio, principalmente na presença dela que sabe tudo o que você faz. Esse é um daqueles posts que você termina de ler e pergunta "Por que diabos ele tá falando disso?", é simples meu caro leitor, assiduidade em postagem causa uma falta de assunto terrível, e leitores renomados costumam falar de seus vícios quando não há outra coisa sobre a qual falar. Meu único vício que poderia causa-nos uma conexão é a internet. Enfim, reflita sobre o quanto você deixa a internet dominar seu sono, e partir disso seu cérebro irá involuntariamente notar os outros vícios ocultos e trabalhará para saná-los. Boa tarde, leitores.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O maior monstro já criado

Salvador Dalí, um dos maiores expoentes do surrealismo deixou uma herança sem igual para a humanidade. Ele teve uma visão do maior monstro já criado e colocou seu retrato, misturado com a mais pura essência de eufemismo, em uma tela que se espalhou rapidademente. Que coisas tenebrosas devem ter passado pela cabeça de Dalí ao ver a face crua de tamanha besta? Não ouso imaginar. E em seu medo e espanto colocou um nome vulgar para a obra: A persistência do tempo.Igualmente de tamanho espanto partilhou "O Bruxo" de Drummond, Machado de Assis, que de súbita visão também viu de relance o reflexo da criatura; segundo o que se conhece, Assis teria dito "O mais feroz dos animais domésticos é o relógio de parede. Conheço um que já devorou três gerações da minha família". E nesta noite tão simplória encontrei-me eu com este ser tão assustador. Meu reflexo no espelho foi meu guia pelas entranhas do monstro, e pouco a pouco fui vendo aquilo que O Tempo devorou. Levou-me alegrias, amores, esperanças e sonhos. Que horror, meu Deus! E cada uma das minhas fotografias, minhas lágrimas de tristeza e alegria, meus brinquedos de infância, meu berço. Lá estava tudo, intacto. E a cada visão era como se eu engolisse uma navalha que revirava meu interior por completo. E eu chorei. Ah, chorei, por medo, por arrependimento, por saudade. E não seria outra a maior arma do Tempo que não a saudade. Te fere como aço em brasa. E quanto, meu Deus, quanto eu não pude ver que o monstro já levava embora até mesmo de minha mente? Os beijos de amor que partilhei com quem amei (amei sim, pois amor não precisa ser uma fábula eterna para ser amor), as alegrias e experiência inebriantes que tive. Que espada hão de inventar para que eu possa cravar no estômago da besta e tomar tudo meu de volta? Tudo! E eu me deparei com meu reflexo, meu amigo desde que me lembro, dizendo "Meu anjo, meu amigo, não te deixes pertubar. Nada disso volta, é verdade, mas não há como ter um futuro se te apegas ao passado! Deixa que a besta leva, pois a vida te traz cada vez mais."; e minha garganta respondia que não, meus olhos respondiam que não, e minhas lágrimas caiam. Que visão aterradora tive desse monstro. E agora o futuro é uma névoa escura e meu passado é uma saudade sem fim. Como encarar a vida sem medo, se não posso ver um palmo à minha frente? Tenho medo, minha alma bem sabe, mas o meu morador do espelho nunca mentiu pra mim, nem quando doente, ou gordo, ou cansado, nunca me contou uma leviandade. E outras visitas às entranhas do monstro farei, certeza essa eu tenho, mas que o meu presente seja tão dourado que não me aflinja o brilho do que reluz dentro do Tempo. Meu passado me assombra, meu futuro me assusta, mas meu presente é a chance de espantar todos esses temores de mim. Que um dia se invente um antídoto para o veneno do tempo.


Danilo C. Lopes